30 dezembro 2011

Sapatilha Glitter

Essa semana comprei uma sapatilha de glitter prateado para usar no ano-novo, e fiquei questionando como usá-la em outras ocasiões e cheguei a conclusão que dá sim pra usar uma sapatilha de glitter em qualquer ocasião.

Para provar (e exemplificar), montei os looks a seguir:




Esse primeiro look é casual e mostra que a sapatilha pode ser usada no dia-a-dia. Lógico que ela adiciona um pouco de extravagância à roupa quando usada durante o dia, então talvez exija um pouco de coragem para usar. Mas no geral acho que pode ficar até bem discreto. É só combinar com uma calça jeans, uma blusa (que pode ser até uma T-shirt divertida). Como é dia, achei que combinavam um penteado básico e maquiagem e acessórios sem muito brilho para não tirar o foco do sapato e não refletir tanto a luz do sol por aí. =P



Se a ocasião pedir um pouco mais de arrumação, vale combinar a sapatilha com uma saia lápis, ou cintura alta e uma blusa com babados. Acessórios prateados e com strass ajudam a fazer o look parecer mais sofisticado. Vale usar acessórios ou uma bolsa ou blusa coloridas para quebrar a monocromia do prateado.




Aqui um look para noite: numa balada mais informal, se não quiser usar um vestido, fica legal também com uma calça jeans e uma blusa de sequin (brilhante!). Afinal a ideia aqui é que tenha muito brilho mesmo. Ou se preferir uma blusa simples, um maxi colar deixa qualquer roupa mais feliz. Para uma festa mais formal, a sapatilha de glitter é uma boa opção para fugir do salto alto (claro que se a festa for formal meeesmo, não vai ter jeito). Esse vestidinho tomara que caia com a saia prateada ou o branquinho com brilhinhos ficam lindos com a sapatilha. Novamente aqui também vale substituir por peças coloridas, seja na roupa ou nos acessórios.

Tô numa fase de querer coisas de glitter, então acho que vou usar bastante essa sapatilha por aí...

25 dezembro 2011

Feliz Natal








Que este seja um dia de muita paz, amor, saúde e boas reflexões para o ano que vem!

04 dezembro 2011

Edward Mãos de Tesoura



“Acho que, se ele não estivesse lá, não estaria nevando.”

Em uma noite de inverno, uma menina indaga a sua avó sobre a origem da neve. Esta cena dá início a um “conto”, narrado pela avó, sobre um homem especial. Um homem inacabado. É assim que o próprio Edward se define; seu criador, um inventor, não teve tempo de terminar suas mãos, e assim Edward ficou: sozinho num castelo cheio de invenções mirabolantes, com um coração de biscoito, e facas e tesouras no lugar das mãos.
Talvez por Edward já ter nascido adulto, ele seja de fato uma criança, uma criança que não conseguiu aprender como se comunicar, como conhecer o mundo. Afinal é pelo tato que as crianças têm seu primeiro contato com o universo ao redor. Elas tocam pra saber se é seguro, pra saber como são os objetos tocados, e principalmente, como se sentem as outras pessoas ao serem tocadas. E o que quem está tocando sentirá.
Mas Edward passa um bom tempo sem ter mãos e sem ter em quem tocar. Passa seu tempo construindo esculturas em arbustos, desenvolvendo uma habilidade especial, uma habilidade que seria abusada por outros no momento em que ele fosse introduzido em outro mundo. Quando Peg, uma simples mulher, vendedora de cosméticos, descobre Edward, resolve ajudá-lo a se integrar a sociedade. Mas estaria ela cometendo um erro ao retirá-lo, do que podemos chamar de seu “habitat natural”? Iria Edward conseguir se adaptar a um novo universo completamente diferente do seu?
O contraste entre os dois universos é bem explorado com a transição do castelo medieval de Edward e seu inventor para o subúrbio de casas coloridas que representa o típico estilo de vida americano de qualquer época. Todos os universos, porém, com o mesmo toque de fantasia. Mas nesse novo universo, Edward se destaca. No início se destaca de uma maneira positiva, e vemos os habitantes do subúrbio tentando lhe fazer amizade, pedindo que esculpa seus arbustos, ou seus cabelos, ou seus cachorros. Nesse primeiro período, na maioria das vezes, vemos o filme em cenas diurnas, com predomínio das cores, numa forma de demonstrar que todos aceitavam o estranho no ninho, fingindo (talvez) ignorar sua falta de completude.
Temos uma cena de um churrasco, em que um senhor idoso fala com Edward, mostrando empatia por sua situação: “Não deixe que ninguém diga que você é um aleijado”. Mais tarde no filme, a mudança da fala deste senhor representa a mudança de toda a visão da pequena sociedade a respeito de Edward.
Mas o que causou essa mudança? Edward é inocente, ele nasceu do jeito que é e fisicamente nunca mudou. Jean-Jacques Rousseau já disse que “O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe.” Seria isso o que aconteceu a Edward? A sociedade o incentivou a precisar de dinheiro e a invadir uma casa para roubar. Porém, ele não fez isso para si, mas “por amor”. Ele fez porque Kim, a menina que lhe encantou desde a primeira vez que a viu, pediu. Poderia o amor de Edward por Kim corrompê-lo?
E então se segue uma série de eventos, que chegam ao ponto alto quando Edward acaba machucando Kevin, o menino com quem morava, e a quem poderíamos considerar seu irmão, ao tentar salvá-lo de um atropelamento. Este e outros acontecimentos acidentais, agora predominando as sequências noturnas, levam finalmente ao banimento de Edward da comunidade que antes o havia acolhido bem. Percebemos a falsidade daquela comunidade, que havia acolhido Edward por ele ser algo novo, ou para que pudessem dizer que respeitavam as diferenças, e não por quem ele realmente era. Vemos, então, enquanto Edward corre, aquele mesmo homem que pareceu se identificar com ele dizer: “Peguem aquele aleijado.”
Edward representa a adolescência e as angústias dessa fase, a ansiedade em ser aceito e amado, e em ser importante de alguma forma. Mas Edward não foi preparado para a crueldade do mundo, não foi preparado para a realidade de ter que se defender e defender a seus amigos, e acaba precisando cometer um assassinato, como último ato possível para proteger sua amada Kim, o que sela pra sempre o seu destino, recluso no castelo.
Edward não foi aceito pelo mundo, e de certa forma, ele também não aceitou o mundo. Ele não pode se encaixar e então teve que se excluir. Mas ainda assim, Edward parecia sentir alguma falta do mundo lá fora, e achou um jeito de fazer parte dele através de sua arte, retratando pessoas em blocos de gelo, e trazendo a neve a cada ano para o Natal da cidade.