27 julho 2010

Guia – Lesão - Localização (AVE)

Hemiparesia ou hemiplegia proporcionada fasciobraquiocrural – face, braço, mão, perna e pé - lesão contralateral na cápsula interna, mesencéfalo ou ponte alta.

Hemiparesia ou hemiplegia poupando o pé, associado à hemianestesia do mesmo lado - AVE da cerebral média - lobo frontal lateral.

Hemiparesia ou hemiplegia poupando a mão e a face associado à hemianestesia do mesmo lado - AVE da cerebral anterior - lobo frontal medial.

Hemiparesia ou hemiplegia só na mão, perna, face ou língua - lesão cortical na coroa radiada ou AVE lacunar em porção da cápsula interna.

Hemianestesia - lesão concomitante do córtex sensorial primário.

Hemiparesia ou hemiplegia braquiocrural de um lado e facial do outro: síndrome cruzada pontina - porção anterior do tronco encefálico, lesão do feixe piramidal não cruzado e nervo facial.

Hemiparesia ou hemiplegia, poupando a face e disartria grave - contralateral - feixe piramidal não cruzado - no bulbo (pirâmide bulbar). Lesão do IX e X pares levando à disartria.

Paresia ou plegia alternada -poupa face - decussação das pirâmides, ao nível do bulbo distal, geralmente tumoral.

Tetraparesia ou tetraplegia e anestesia abaixo do nível acometido - lesão bilateral do tronco ou medula espinhal cervical.

Paraparesia ou paraplegia e anestesia abaixo do nível acometido - bilateral da medula espinhal torácica ou lombar.

Hemiparesia ou hemiplegia braquiocural ou crural de um lado e hemianestesia termoálgica do outro: síndrome da hemissecção medular - Brown-Sequard - ipsilateral ao déficit motor - via piramidal cruzada.

O texto fala de localização de lesões em um AVE, mas acredito que pode ser utilizado para localização de outros tipos de lesão também.

Fonte: Medcurso de Neurologia de 2009.

20 julho 2010

Amizade

Pensando a amizade de uma forma diferente. Aristóteles definiu três tipos de amizade, palavra que para ele e para os antigos gregos tinha um sentido mais amplo do que o nosso conceito atual, englobando todos os tipos de relacionamento humano. Contemporaneamente, entendemos como amigo alguém que está sempre conosco, seja durante a diversão, seja consolando ou sendo consolado.

O primeiro tipo de amizade, considerado o mais baixo nível, é a amizade de utilidade que define aqueles amigos que se unem apenas porque um necessita do outro em um sentido prático, ou quando a amizade traz benefícios às partes – como, por exemplo, a amizade que existe entre colegas de trabalho ou membros de uma banda ou uma equipe esportiva.

Uma segunda forma de amizade é a chamada amizade de prazer, onde os indivíduos se relacionam devido a um prazer mútuo – os amigos apreciam a companhia um do outro e gostam de fazer coisas juntos. Pode acontecer - na verdade acontece com freqüência - da amizade de prazer e de utilidade se mesclarem, não sendo mutuamente exclusivas, porém, uma dessas categorias pode ser mais fundamental que a outra em caso determinado. A amizade de prazer é freqüentemente o caso em relacionamentos românticos.

A terceira e mais nobre forma de amizade, a amizade de virtude, ou perfeita, ou ainda completa, é o relacionamento que pode existir entre pessoas iguais e virtuosas que se relacionam com o amigo desejando o bem deste "por ele mesmo", sem nenhum tipo de interesse egoísta. Essa é amizade dos verdadeiros amigos, aqueles que tratam uns aos outros como iguais, e que sabem que têm uma pessoa na qual podem confiar.

Feliz dia do amigo! 

A chama infinita

Temperance entrou repentinamente na velha taverna, seu cabelo e suas roupas molhadas da chuva se juntavam à sua face e ao seu corpo e o calor do lugar era um alívio.

Diversas velas colocadas em cada mesa e uma lareira de tamanho médio iluminavam o aposento fracamente, mas o suficiente para que se visse. Pessoas estavam reunidas em pequenos grupos em volta do lugar, conversando em voz alta. Alguns homens sentados perto do balcão a olharam de cima a baixo quando ela entrou. Logo, uma mulher alta de cabelos grisalhos veio apressada até ela, segurando uma toalha branca. Ela envolveu Temperance com a toalha e uma expressão de preocupação apareceu no seu rosto oval e enrugado.

"O que você está fazendo aqui, Tempe? Achei que sua mãe estivesse doente. ".

A garota tirou a toalha das mãos delas e respondeu em uma voz séria e determinada.

"Ela está. É por isso que estou aqui, Viola. Estou procurando por ele."

Os olhos meio cinzas de Viola se arregalaram.

"Você quer dizer Alden, o estrangeiro? Por quê?"

"Ele tem o que eu preciso."

"Do que... Do que você precisa?"

Temperance meramente lhe deu um olhar rápido e frio, virando-se no lugar, procurando entre as mesas de madeira com lascas e as pessoas, até que seus olhos pararam em uma figura alta vestida de laranja. Sentado sozinho, muito perto do lado da lareira para ter qualquer luz sobre ele, enquanto ele bebericava de um pequeno copo, perdido em pensamentos.

Alguém chamou por Viola no bar e a garota não pensou duas vezes antes de andar até ele, seu queixo erguido e suas botas de salto clicando firmemente no chão.

Ela colocou as mãos na cadeira em frente à mesa dele e encarou seu rosto envelhecido e marrom-noz.

"Alden Harter."

Ele sorriu para ela, colocando o copo vazio na mesa e levantando seus pendentes olhos marrons.

"E você é?"

Ela virou a cadeira, para que as costas se posicionassem na sua direção e sentou abruptamente, suas pernas enroscando-a.

"Sou Temperance Fowler."

"Prazer em conhecê-la, srta. Fowler. Você me parece um pouco molhada. Gostaria de um drinque quente? Viola, por favor?"

A velha garçonete parecia ter antecipado isso porque ela já tinha uma bandeja nas mãos, apoiando dois copos pequenos e uma garrafa cheia de um fumegante tônico azul topázio com bolhas laranja. Ela os serviu habilmente e saiu com relutância quando, mais uma vez, ela foi chamada do outro lado do aposento.

"Sabe, eles realmente tem de contratar mais alguém para ajudá-la", disse Alden, enquanto ele bebia de seu copo de um gole e suspirava.

"Gingercane. Meu preferido. Embora seja um pouco forte. Mas você deveria beber, pode evitar que pegue um resfriado."

"Não vim aqui para beber."

"É uma taverna. O que mais você iria querer?" Ele deu uma risada. "Você não veio aqui só para me ver, veio?"

"Acredito que você tem algo que eu quero... Que eu preciso."

"Quem, eu? Sou só um viajante. O que eu poderia...?"

"Corta essa."

Ela o encarou, esperando que seus redondos olhos azuis quebrassem o escudo de divertimento dele.

"Você tem a chama infinita."

A mão dele parou na metade do caminho para sua boca, segurando o copo no ar estupidamente.

"Você, você não deveria saber disso. Quem lhe contou isso?"


Tumores de Hipófise

Introdução: Os tumores de hipófise podem ser classificados como funcionantes e não funcionantes, de acordo com sua produção hormonal. São os tumores mais comuns da região selar, compondo de 90 a 95% destes. Os funcionantes são responsáveis pela produção dos hormônios ativos da hipófise. Os adenomas gonadotróficos apresentam-se, em geral, como adenomas clinicamente não secretores. Embora um número de tumores “não-funcionantes” possuam expressão gonadotrófica, estes pode liberar somente a subunidade alfa, ou ter perdido a habilidade de secretar o hormônio.

Desenvolvimento: A maioria dos tumores pituitários são neoplasias epiteliais benignas que se desenvolvem de parênquima da adenohipófse e se assemelham à histologia pituitária normal. Os adenomas não secretantes são pouco invasivos. O diafragma selar é a área de menor resistência e, portanto, estes tumores tendem a crescer para cima; são geralmente macroadenomas. Os pacientes referem cefaléia, alterações visuais e, às vezes, alterações endócrinas. Mais raro, porém, pode também comprimir um ou mais nervos cranianos que atravessam o seio cavernoso e provocar ptose palpebral e/ou oftalmoplegia. A cirurgia é método de escolha para o tratamento dos adenomas clinicamente não secretores, constituindo, até o presente, a maneira mais eficiente e rápida para a redução desses tumores.

Conclusão: Os tumores de hipófise, principalmente os adenomas, são importantes do ponto de vista endocrinológico e neurocirúrgico, tendo em vista suas repercurssões, por hipersecreção hormonal, alterações na secreção por compressão de estruturas adjacentes, e até mesmo efeitos de massa, podendo levar a hipertensão intracraniana. Por estarem situados na região selar, próximos ao trajeto do nervo óptico e oculomotor, podem cursar com alterações visuais, em particular os macroadenomas não secretores, principalmente por compressão do quiasma óptico. A compressão do quiasma por macroadenomas não passíveis de redução por tratamento clínico exige correção cirúrgica para maior preservação possível da função visual.

Referências Bibliográficas

LOPES, AC. Tratado de Clínica Médica; ROCCA; 2ª Ed.; VOLUME II, 2009.

MOORE, AJ; NEWELL; DW. Neurosurgery – Principles and practice; SPRINGER; Londres, 2005.

TELLA JR, Oswaldo Inácio de et al . Adenomas hipofisários não secretantes: Estudo de 36 casos. Arq. Neuro-Psiquiatr., São Paulo, v. 60, n. 1, Mar. 2002 .

ABUCHAM, Julio; VIEIRA, Teresa C.. Adenomas hipofisários produtores de glicoproteínas: patogênese, diagnóstico e tratamento. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 49, n. 5, Oct. 2005 .

*Resumo de uma revisão de literatura feita como trabalho para a faculdade.

18 julho 2010

Quem sou eu?


Muitas pessoas se definem por conceitos, ou frases prontas, ou citações de pessoas que julgam mais sábias, ou mesmo se definem com suas próprias palavras e opiniões. Mas eu não me defino. Em termos simples, definir alguém significa encaixá-lo em um determinado padrão de comportamentos, gostos, opiniões, que de certa forma todos nos encaixamos, e eu também, mas reconheço que este padrão de hoje pode não ser o mesmo de amanhã, e por isso não irei definir quem eu sou pelo conceito mais recente que passa pela minha cabeça nesta noite de domingo. Mas posso definir algumas coisas mais constantes sobre mim. Como o passado. Nasci em Maceió, há 19 anos e alguns meses e praticamente nunca saí daqui para muito longe, exceto em raras ocasiões. Cresci acreditando que jamais faria medicina, apesar de brincar com o estetoscópio pediátrico de minha mãe. Chegando a época da escolha do curso, percebi que existia somente uma coisa que eu queria fazer de verdade: ser útil de uma forma prática para as pessoas. E acreditei que a medicina seria a única profissão capaz de proporcionar tal sonho. Então pra mim, a medicina não foi o sonho, mas o meio de chegar a ele. Ao entrar na faculdade, apesar dos desafios dos primeiros períodos do curso, há mais de um ano que tenho certeza que não pertenceria a nenhum outro lugar. A compreensão cada vez maior que tenho do papel do médico na sociedade e também o contato com a prática médica em termos de conhecimento científico aumentaram o poder da medicina sobre mim, e só espero poder no futuro prover um retorno de tudo que aprendi para o mundo, à maneira do meu sonho inicial.

A coisa triste da medicina é não ter muito mais tempo para as outras coisas que eu costumava fazer aos montes, como ler (e arriscar escrever um pouco – confesso que aproveito esse texto para desenferrujar a minha escrita). Tenho uma biblioteca no meu quarto, com livros que eu já li lotando as pranchas nas paredes, e não podia escrever um texto falando sobre mim sem mencioná-los. Infelizmente não acho que a biblioteca irá crescer, ao menos não de forma rápida, tanto pela falta de tempo de ler, como da possibilidade atual de ler de graça e no computador.

Mas eu divago. Acredito que se é preciso então terminar esse texto deixando alguma conclusão sobre quem eu sou, embora essa conclusão eu nunca terei, lembro porém de uma frase de Clarice Lispector, que define a maneira com que eu tento encarar a vida: “Eu sou mais forte que eu.”.

*Este texto foi escrito originalmente para um trabalho da faculdade (pode acreditar). Algumas pessoas pareceram gostar dele, então achei que seria legal postar.

Introdução


Bem-vindos ao início desse blog (rá, como se alguém fosse ler isso). Senti a vontade/necessidade de criar um blog, devido a enorme quantidade de ideias flutuando em minha mente, pedindo desesperadamente para serem jogadas em algum lugar. Então este será o lugar.

Escolher um nome não foi muito fácil. Nunca estou muito satisfeita com nomes, mas Esquina de Pensamentos me veio à mente, como algo interessante, e que não restringiria o conteúdo que você poderia esperar encontrar aqui.

Não sei quanto tempo terei disponível para atualizar esse blog, mas a intenção é ter um espaço onde eu possa divulgar meus pensamentos persistentes quando sentir que é necessário. Não pretendo fazer disso uma obrigação, porém. Tendo dito isto, aguardem em breve novidades sendo preparadas para os próximos posts. =D