23 agosto 2010

Desfocado


Não nasci para o foco. Eu sou o caos.

Não consigo ser tão boa assim, não consigo ter essa confiança sempre, ou fazer com que confiem em mim. Não consigo transmitir felicidade. Nunca fui forte o suficiente para que pudessem se apoiar em mim. Mas sempre fui capaz de carregar-me vida afora contra minha própria vontade. Contra meu ego que insiste em auto-mutilação, contra o sono das madrugadas chuvosas, contra o vento que me empurra em outra direção, contra as pedras de gelo jogadas no rosto. Cheguei onde estou, pés arrastados, corpo devastado. Cada passo esforçado, cada gota de solidão, cada desistência, seguida do retorno à luta valeu a pena. Mas ainda não cheguei ao final da estrada. Ainda não despertei para a manhã.

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